A Interpretação do Patrimônio (IP) é usada para:
A IP é uma disciplina que navega entre diferentes áreas e metodologias e visa gerar meios interpretativos e mensagens comunicacionais entre os recursos patrimoniais (naturais e culturais) e os públicos. Sua definição evoluiu desde seu nascimento há quase um século.
Heritage interpretation refers to all the ways in which information is communicated to visitors to an educational, natural or recreational site, such as a museum, park or science center. More specifically it is the communication of information about, or the explanation of, the nature, origin, and purpose of historical, natural, or cultural resources, objects, sites and phenomena using personal or non-personal methods. Some international authorities in museology prefer the term mediation for the same concept, seguindo o uso em outras línguas europeias.
Propósitos da interpretação do Património: Fascinar, não explicar. Maravilhar, não ilustrar. Envolver, não ensinar. O processo é: provocar, correlacionar, revelar.
Selecionamos os dois mais utilizados no campo profissional e acadêmico:
Freeman Tilden (1957), um dos pais da interpretação, formulou uma série de princípios interpretativos, que continuam a ser a base da disciplina:
A IP tem dois tipos de objetivos. Por um lado, os objetivos gerais são direcionados ao recurso. São os objetivos relacionados à gestão, qualidade e fruição da vista, uso adequado do recurso e rentabilidade social, cultural e econômica. Já os objetivos específicos são aqueles voltados à comunicação, ou seja, são direcionados ao visitante. Esses objetivos são divididos em três (Morales, 2001):
Os grupos-alvo são membros da comunidade local, organizações, profissionais de interpretação do património. É conveniente convidar vários e diversos stakeholders para o processo, a fim de obter diferentes perspectivas. É aconselhável trabalhar em dois níveis: formação em interpretação patrimonial e aproveitamento do que os especialistas em interpretação patrimonial da comunidade podem contribuir.
Esta ferramenta pode ser aplicada em qualquer nível de existência do ecomuseu, seja em sua fase de projeto ou em um ecomuseu existente e consolidado, pois o trabalho com a interpretação do património é uma ferramenta sempre válida tanto na conformação do projeto do ecomuseu como em um ecomuseu existente.
Planejamento Interpretativo:
Qualquer ação interpretativa deve ser previamente elaborada com metodologias e objetivos específicos. O planejamento é um processo de análise de meios, serviços, programas, recursos, pessoal e qualquer outra variável propícia à transmissão de mensagens. Permite-nos comunicar significados de forma interessante e eficaz, contribuir para a satisfação das necessidades do visitante, proteger o recurso e melhorar a qualidade de vida dos habitantes locais. Em outras palavras: Planejamento. Permite-nos analisar e tomar decisões; em última análise, para gerir a identidade, o património e o desenvolvimento económico. Deste planejamento emergirá o plano interpretativo que é o documento resultante do processo de planejamento.
O planejamento é um processo contínuo de análise que não é fechado e está aberto a mudanças para sua evolução e aperfeiçoamento (Morales: 2001, 171). É constituído por 8 fases que englobam o que se pode considerar como planeamento estratégico, desde o primeiro contacto com o território e os recursos, o trabalho documental e de campo, a análise do ambiente e a ponderação das variáveis que vão delimitar as mensagens interpretativas, e a execução e avaliação do plano interpretativo (Figura 1).
Inventário e compilação de informação, uma vez que o inventário terá uma fase cumulativa, mas na sua fase evolutiva será selectivo, utilizando a informação mais relevante para o cumprimento dos objectivos interpretativos; e 4. Análise, pois é aqui que se refinam as informações compiladas, selecionando o que mais auxilia o conhecimento do público (atual e potencial), os conceitos e ativos essenciais ou interessantes para interpretação, os espaços e infraestruturas existentes ou com possibilidades de ação. Da mesma forma, o peso é dado aos ativos que são mais representativos ou que permitem oportunidades óbvias de interpretação.
Meios interpretativos
A forma de aplicação dessa ferramenta é com a criação de mídias interpretativas pessoais e/ou mídias interpretativas não pessoais.
TIPO | SUB-TIPO | VANTAGENS | DESVANTAGENS |
---|---|---|---|
Marcas e painéis | Sinal de informação, sinal interpretativo, sinalizadores informação preventiva | Informações claras e relevantes Custo reduzido Manutenção mínima |
Estática Você é frequentemente alvo de vandalismoPossível impacto visual |
Publicações | Brochuras, guias e cartazes | Leitura rápida
Custo reduzido Coleta informações sobre serviços Serve como souvenir Pode ser consultado a qualquer momento |
Eles produzem resíduos
Estática Está desatualizado. |
Mecanismos audiovisuais automáticos | Vídeos, projeções, recursos sonoros, etc. | Informações de qualidade
Gerar ou complementar a atmosfera Eles motivam a visita. Eles fornecem informações específicas |
Alto custo
Eles exigem infra-estrutura e fontes de alimentação. Necessidade de controle e manutenção |
Meios não pessoais ou não assistidos são aqueles que não requerem a presença do intérprete; a mensagem interpretativa é transmitida através de outros mecanismos e elementos, como sinalização, publicações, itinerários autoguiados, mecanismos audiovisuais automáticos, etc. dispositivos, animações, workshops, etc.
TIPO | SUB-TIPO | VANTAGENS | DESVANTAGENS |
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Equipa especializada | Jogos, oficinas, atividades criativas, brinquedotecas, explorações sensoriais, etc. | Informação suplementar.
Motivam a visita e a experiência. Promoção da conscientização e da empatia. |
Precisam de profissionais qualificados. Exigem condições e materiais especializados O visitante deve estar motivado (duração) |
Mídia audiovisual operada por funcionários | Vídeos, projeções, recursos sonoros, etc. | Informações de qualidade
Gerar ou complementar a atmosfera Eles motivam a visita. O intérprete pode interagir, responder perguntas, etc. |
Alto custo Eles exigem infra-estrutura e fontes de alimentação. Precisa de controle e manutenção Eles precisam de pessoal especializado. |
Visita | Visitas guiadas, serviços espontâneos, passeios em veículos motorizados ou não motorizados | Contato pessoal. Experiência motivadora Habilidades necessárias (passeios com veículos) |
Nem sempre pode ser adaptado a todos os grupos. Eles dependem do clima.Medidas de segurança específicas. |
Animações (história viva) | Passivo (o público não interage) ou ativo (o público interage) | O intérprete pode comentar, fazer esclarecimentos, etc. Motiva a visita e a experiência.Exemplificar. |
Não recomendado para grandes grupos.
Precisa de pessoal especializado e voluntários. |
A forma de aplicação dessa metodologia é por meio de oficinas. Essas oficinas devem ser ministradas por um especialista em IP e serão adaptadas ao meio interpretativo a ser gerado. A duração das oficinas é de 8 a 16 horas.
Ham, Sam H. (2014). Interpretación – Para marcar la diferencia intencionadamente. Sevilla: Asociación para la Interpretación del Patrimonio.
Mateos Rusillo, S.; Marca Francés, G .; y Attardi Colina, O. (2016). La difusión preventiva del patrimonio cultural. Gijón: Trea.
Mateos Rusillo, S. M. (Coord.) (2008): La comunicación global del patrimonio cultural. Gijón.
Morales Miranda, J. (2001). Guía práctica para la interpretación del Patrimonio: el arte de acercar el legado natural y cultural al público visitante. Sevilla, Junta de Andalucía.
Tilden, F. (2006 [1957]): La Interpretación de nuestro Patrimonio. Sevilla: Asociación para la Interpretación del Patrimonio. Sevilla.
Valdés Sagüés, Mª. C. (1999). La difusión cultural en el museo: servicios destinados al gran público. Gijón: Trea.
Nunzia Borrelli, Barbara Kazior, Marcelo Murta, Óscar Navajas, Nathalia Pamio, Manuel Parodi-Álvarez, Raul dal Santo, Julio Seoane
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