Inventário digital

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Ferramenta No. 1: Inventário digital

Inventário digital

Descrição da ferramenta

O inventário digital baseia-se no desenvolvimento de capacidades para facilitar a digitalização das coleções do ecomuseu através de telemóveis e outras tecnologias de baixo custo, mantendo esquemas criteriosos para a gestão da digitalização e para a difusão online das coleções. A definição de critérios para categorizar as coleções é baseada em aspetos-chave do património local, e as novas tecnologias vêm abrindo possibilidades convenientes para a digitalização e difusão das coleções mantendo altos padrões de qualidade.

Nas últimas décadas, a presença dos museus no mundo digital limitou-se a instituições com disponibilidade de enormes recursos financeiros e técnicos. Os equipamentos necessários para digitalizar as coleções eram caros, pois havia a necessidade de estabelecer e manter ferramentas e laboratórios de alto padrão. Atualmente, a propagação dos smartphones está a facilitar esse processo, pois os dispositivos pessoais possuem câmeras de alta qualidade, suficientes para capturar boas imagens para a digitalização de acervos.

É preciso definir critérios e manter certos padrões no processo de digitalização, visando ter o fluxo adequado para democratizar os acervos. Nesse sentido, o inventário digital é uma ferramenta adequada para os ecomuseus, considerando cada contexto e disponibilidade de recursos. Um fluxo de trabalho bem definido, com critérios adequados, pode contribuir para ecomuseus mais democráticos com acervos de acesso aberto.

Orientações para aplicar a ferramenta

  1. Definição de tipologias de dispositivos e estação de trabalho: O processo de digitalização será baseado na disponibilidade dos equipamentos. Smartphones de baixo custo podem ser definidos como o equipamento básico para o processo de trabalho. Além disso, é necessário ter um espaço para instalação da estação de trabalho, com iluminação adequada e um computador com HDD ou SSD para armazenar as coleções capturadas.
  2. Critérios técnicos para gerenciar a digitalização: É fundamental ter uma definição clara sobre quais acervos serão digitalizados, com softwares de banco de dados adequados para manter um inventário seguro. Além disso, será necessário definir a resolução mínima para capturar as coleções, bem como um software adequado para digitalização.
  3. Esquema de trabalho para facilitar o processo: Um fluxo de trabalho bem definido facilitará o processo, evitando qualquer erro na digitalização. Sugere-se que o esquema seja impresso e afixado em local visível, para ser facilmente consultado a qualquer momento necessário.
  4. Difusão online sob licença Creative Commons:Uma licença Creative Commons democratizará a coleção, possibilitando a sua difusão com devida menção aos autores e procedência.
  5. M&A do processo de trabalho: É necessário um processo de monitorização e avaliação (M&A) constante para acompanhar o andamento da digitalização, com metas próprias definidas no início de cada processo – estabelecido, por exemplo, como um projeto com resultados mensuráveis e verificáveis. É uma forma estratégica de manter a memória institucional do processo de digitalização, apoiando a coleta de documentos e informações relacionadas ao trabalho técnico desenvolvido pelo ecomuseu.

Materiais de apoio

O Projeto “Museu Portátil – Edição de Bolso é desenvolvido em parceria entre o Goethe-Institut São Paulo, o Instituto Moreira Salles e a Wiki Moviment Brasil. Esse projeto resultou no desenvolvimento do “Manual do Museu Portátil”, ferramenta utilizada como referência para digitalização em instituições brasileiras. Essa iniciativa pode ser replicada em outras instituições, e a referência utilizada pelos ecomuseus também pode ser baseada em metodologias desenvolvidas por instituições que trabalham com inventários do património cultural, como o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional Brasileiro (IPHAN).

Coordenadores Científicos