Ecomuseu do Corvo

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Ecomuseu do Corvo

Conteúdo do Estudo de Caso

1. Dados do Ecomuseu

Nome do Ecomuseu

Ecomuseu do Corvo

Data de Criação

2013 (Projeto) / 2015 (Implementação)

Localização

Vila do Corvo, Ilha do Corvo, Açores, Portugal

Telefone

+351 292 596 063

1.1. Descrição do Ecomuseu

O Ecomuseu do Corvo abrange toda a Ilha do Corvo, a mais pequena e mais isolada do arquipélago dos Açores (Portugal). A implementação deste projeto iniciou-se em 2015, respondendo a uma proposta submetida à Assembleia Legislativa Regional dos Açores em 2013, que recomendava a criação de um projeto museológico no Corvo, por ser a única ilha que não dispunha de museu ou uma instituição semelhante que preservasse e salvaguardasse o seu rico património. É considerado um museu do território, da sua comunidade e do seu desenvolvimento sustentável. O seu objetivo é recuperar e preservar as tradições e o património da ilha, em todas as suas vertentes (humana, natural, tangível, imaterial, etc.), para as gerações presentes e futuras.

Começaram com uma estrutura física, o Gabinete de Apoio Técnico ao Ecomuseu. Este é um espaço de trabalho, planeamento e investigação. Em 2019, foi inaugurada a Casa do Tempo. A Casa do Tempo é um espaço de acolhimento para visitantes locais e estrangeiros. Lá, eles têm acesso a informações, vídeos e explicações sobre a ilha e sua comunidade, e está totalmente equipada com todo o conhecimento e material necessário para explorar o território.

Um espaço moderno foi recentemente oferecido ao ecomuseu pela Direção Regional de Cultura, o Pavilhão Multiusos do Corvo. Lá há espaço para acolher e organizar diferentes eventos culturais, como atividades de preservação do património, colóquios, conferências, encontros, exposições, concertos de fado, peças de teatro, cinema, música, fotografia e outras formas de expressão artística.

Prevê-se avançar com mais três estruturas físicas: a Casa da Vigia, a Casa da Memória e a Casa dos Teares. Nestes espaços pretende-se recriar e promover as tradições locais, organizar workshops e eventos, e oferecer mais atividades para a comunidade e visitantes.

1.2. Membros do Ecomuseu

Nome da pessoa no comando

Drª Deolinda Estêvão

Cargo
Diretora
Contacto
Deolinda.RM.Estevao@azores.gov.pt
Número de membros da equipa do ecomuseu

3

Qualificação/treinamento dos membros da equipe

História e Estudos do Património

1.3.Treinamento

O ecomuseu identificou que existem tradições locais em vias de extinção, por isso é absolutamente necessário treinar os membros da comunidade para preservá-las. Foram vários encontros com os anciãos locais para aprender com eles e documentar seus testemunhos, preservando seus conhecimentos para transmiti-los às gerações futuras. Já estão previstas formações nesta área, como oficinas de tecelagem para recuperar e manter viva esta tradição. Foi formado um grupo de bandolim, em articulação com a escola, com o objetivo de resgatar o folclore e a música local. Esta parceria com a escola é considerada muito relevante em termos de educação patrimonial, nas suas diferentes vertentes. O ecomuseu continuará a realizar estas atividades educativas/formativas de forma a fomentar o envolvimento dos jovens na valorização, preservação e divulgação do património que os rodeia.

O Ecomuseu conta atualmente com três colaboradores: a sua Diretora, Drª Deolinda Estêvão, e dois técnicos, Drª Andreia Silva e Dr. Manuel Oliveira. O processo de recrutamento para outras três posições estava em andamento. A Direção Regional da Cultura oferece formação ao pessoal do ecomuseu, tanto presencial como online, em diferentes temas: comunicação, divulgação, capacitação, etc. Para a equipa do ecomuseu, foi identificada a necessidade de formação em Museologia/ecomuseologia e comunicação estratégica para estreitar a relação com a comunidade e fomentar o engajamento e a participação do público nas atividades. Quanto à comunidade local, são necessárias mais atividades de capacitação para fomentar a recuperação de tradições extintas, como a tecelagem, e a formação artística de apoio aos grupos locais, como a música e o teatro. Devido ao isolamento da ilha e à falta de recursos humanos, têm de trazer formadores externos para desenvolverem as formações no local, por serem consideradas mais eficazes.

Alguns exemplos de formação oferecidas pelo Ecomuseu

CURSO DESCRIÇÃOPÚBLICO-ALVO
MEMBROS DO ECOMUSEU (EQUIPA TÉCNICA)COMUNIDADE LOCAL
Educação patrimonialAtividades educativas/formativas para fomentar o envolvimento dos jovens na valorização, preservação e divulgação do património que os rodeiaX
Formação musicalFormação de um grupo de bandolim para resgatar e preservar o folclore e a música localX
Campanha Património do CorvoAumentar a conscientização sobre questões patrimoniais e apresentar os resultados das atividades de investigação à comunidadeX
Formações geraisFormação sobre diversos temas oferecidos pela Direção Regional da Cultura: comunicação, divulgação, capacitação, etc.X

Alguns exemplos de necessidades de formação identificadas

ÁREA DESCRIÇÃO MODO DE FORMAÇÃO (VIRTUAL / PRESENCIAL / WORKSHOPS / ETC.)PÚBLICO-ALVO
MEMBROS DO ECOMUSEU (EQUIPA TÉCNICA)COMUNIDADE LOCAL
Museologia/ecomuseologia e comunicação estratégicaFortalecer sua relação com a comunidade e fomentar o engajamento e a participação do público nas atividadesPresencialX
Capacitação em tradições e património localFomentar a recuperação de tradições extintas, como a tecelagemWorkshops presenciaisX
Formação artísticaFormações para apoiar grupos locais, como música e teatroPresencialX

3. Financiamento e recursos

Tipo de entidade
Museu do território
Propriedade
Pública
Status Oficial
Serviço externo da Direção Regional da Cultura dos Açores
Orçamento annual
€5,000 (para atividades)

O orçamento provém exclusivamente do Governo Regional da Região Autónoma dos Açores, uma vez que o Ecomuseu é um serviço da Direção Regional da Cultura. As atividades do Ecomuseu são gratuitas, inclusive a entrada na Casa do Tempo, sem receita externa. Os custos de pessoal, manutenção de edifícios e todas as outras despesas são cobertas pelo governo. Além de ter os custos fixos cobertos, o governo aloca um orçamento anual de € 5.000 para que o Ecomuseu implemente as atividades planeadas.

No entanto, eles também tentam outras fontes de financiamento para algumas iniciativas. Por exemplo, entraram como parceiros num consórcio que concorre a fundos europeus, do Programa Erasmus, para estabelecer intercâmbios entre instituições na área da Educação e Cultura.

No futuro, preveem cobrar uma contribuição simbólica dos turistas pelas atividades e serviços que estão previstos para serem prestados na Casa da Memória e na Casa dos Teares. Aos visitantes seriam oferecidas experiências imersivas, como aprender sobre o património e as tradições locais com os membros da comunidade em oficinas e comprar seus produtos (como artigos de lã e comida local). Isso geraria alguma renda para a comunidade local e promoveria seu desenvolvimento socioeconômico.

4. Participação social e comunitária

A comunidade local é incentivada a participar ativamente no planeamento das atividades do Ecomuseu. Existe um “Grupo de Amigos do Ecomuseu do Corvo”, um grupo focal que fornece valiosos feedbacks e contribuições (por e-mail e formulários online) que são levados em consideração no planeamento das atividades. Existe uma grande assiduidade e envolvimento do público nas atividades promovidas pelo Ecomuseu, sobretudo NOS eventos culturais no Pavilhão Multiusos, uma vez que o Corvo é uma ilha isolada e tem uma pequena comunidade muito próxima.

No entanto, mesmo com toda a publicidade, muitos membros da comunidade ainda não visitaram a Casa do Tempo. Mas aos poucos vão despertando o interesse em conhecer também o espaço físico do Ecomuseu. “Teve um jovem local que veio visitar a Casa do Tempo pela primeira vez com um familiar depois que um turista o reconheceu na rua. O turista lhe disse que o tinha visto em uma foto do Ecomuseu. Como ele era tão jovem, dificilmente estaria em uma foto do arquivo. Acontece que ele realmente apareceu no filme onde aparece o grupo de bandolim local de que faz parte”, lembra a diretora.

Na Casa do Tempo, os visitantes têm acesso a instrumentos que lhes permitem interpretar o território. Infelizmente, o Ecomuseu não dispõe de recursos humanos suficientes para ter sempre um guia disponível para acompanhar as pessoas. Assim, foi criado um folheto com um circuito interpretativo da Vila do Corvo, para que as pessoas pudessem explorar o território por conta própria com as informações ali contidas. No futuro, com a expansão das estruturas físicas do Ecomuseu, pretende-se oferecer atividades mais participativas, tanto para os locais como para os visitantes, que recuperem e promovam as tradições e o património local.

4.1. População Local

Número de habitantes do território/localidade onde o ecomuseu está localizado
386 (2021)
Número de membros da população local envolvidos no ecomuseu
20 (“Grupo de Amigos”)

Formas de participação

O objetivo do ecomuseu é incentivar as pessoas a participarem ativamente do planeamento de suas atividades. Isso já tem sido feito por meio de chamadas abertas divulgadas em cartazes, no Facebook e também através do “Grupo de Amigos do Ecomuseu do Corvo”. As pessoas deste grupo focal foram convidadas a preencher um formulário online indicando se estavam a acompanhar as atividades, que tipo de atividades gostariam de ver implementadas, etc. Deixaram várias sugestões que estão a ser utilizadas para o desenvolvimento do plano de atividades. Há muito interesse pelo cinema, mercado de artesanato, além de eventos ligados a tradições antigas, como o Dia da Lã e o Dia dos Moinhos de Vento. Na maioria das vezes, é o ecomuseu que convida a comunidade a participar, porém algumas pessoas os contataram espontaneamente oferecendo seu apoio e ajuda na organização e planeamento das atividades.

São frequentemente realizados processos museológicos participativos, como o Inventário Participativo do Património Cultural do Corvo e para o Arquivo Fotográfico. As pessoas foram convidadas a trazer fotos antigas de família para o Ecomuseu, e agora o Arquivo Fotográfico já tem mais de 1.000 fotos. As fotos são digitalizadas e depois devolvidas aos seus proprietários, que fornecem informações sobre seu contexto e consentem em partilhá-las. A ideia é construir um banco de dados para preservar a memória da comunidade, criando um repositório disponível para consulta pública. A exposição “Retalhos de Saudade” foi concebida com algumas destas fotografias, sobre diferentes temas relacionados com as tradições, selecionadas em conjunto com os membros da comunidade.

O contato pessoal é considerado uma estratégia muito eficaz para envolver a comunidade: conversar com as pessoas, explicar atividades, convidar para participarem. A equipa do Ecomuseu tem chegado às pessoas individualmente: “venha, participe, vai ser interessante, a gente explica”, a diretora explica que isso é o que mais atrai as pessoas.

Os membros da comunidade do Corvo (386) participam principalmente em atividades fora da Casa do Tempo, com destaque para os eventos culturais no Pavilhão Multiusos. Algumas atividades tiveram um público superior a 150 pessoas, como teatro, lançamentos de livros, concertos de fado, etc. Como o Corvo tem uma pequena comunidade muito próxima, estimula-se uma maior participação do público, sobretudo nas atividades relacionadas com as tradições.

4.2. Meio social

Número de visitantes do território/localidade onde o ecomuseu está localizado
2,123 (Portugueses)
Número de visitantes estrangeiros
221

Formas de participação

O ecomuseu, como museu do território, fornece instrumentos que permitem às pessoas interpretar esse território. Com base nas informações e nos vídeos que estão disponíveis na Casa do Tempo, e nas explicações dadas pelos técnicos, os visitantes são enviados para explorar a ilha. Seria preferível que os visitantes pudessem ser conduzidos por um guia. Mas, infelizmente, o Ecomuseu não dispõe de recursos humanos suficientes para ter sempre um guia disponível para acompanhar as pessoas. Foi criado um folheto com um circuito interpretativo da Vila do Corvo, para que as pessoas pudessem percorrer o terreno sozinhas com as informações ali contidas.

Andreia Silva, técnica do ecomuseu, explica que foi feita uma tentativa de articulação com os operadores turísticos para que pudessem oferecer esse circuito aos seus clientes. Infelizmente, houve apenas um que aderiu, pois a maioria trabalha sozinho e não tem recursos para ampliar o escopo de seu trabalho. “Temos um dossiê compilado que fornecemos a eles. Eu mesmo gravei o que conto nas várias estações para que fosse mais fácil para eles pegarem as informações e passarem aos seus clientes. Temos de continuar a trabalhar arduamente neste sentido. As pessoas chegam aqui e muitas vezes ficam um pouco perdidas no território”.

Há planos para aumentar a participação dos visitantes, tanto locais como estrangeiros, com futuros novos espaços físicos. Na Casa da Memória pretende-se recriar uma casa típica de meados do século XX onde se intenciona recuperar e promover tradições, organizar workshops e eventos, oferecendo atividades para a comunidade e visitantes. Na Casa dos Teares pretende-se recriar o ciclo da lã, pois a ilha está historicamente ligada à ovinocultura, à produção de lã e à tecelagem. Querem instalar teares recuperados, promover oficinas de tecelagem e servir de espaço onde artesãos locais possam trabalhar e comercializar seus produtos, gerando alguma renda para os membros da comunidade.

4.3. Análise do Website

Tipo de intervenção possibilitada pelo website

Apenas informação Espaço para sugerir ações Elogios ou críticas Compra de bilhetes Acesso aberto ou sob registo
Facebook
Facebook e email
Facebook e email
NA

Tipos de sugestões disponíveis

Propor objetivos do museu Sobre questões de financiamento Sobre o planeamento do ecomuseu Sobre acessibilidade
X
X
X

Qualidade do feedback

Mensagem de recebimento é enviada A proposta é discutida no nível de gestão do ecomuseu Resultados da discussão são enviados
X
X
X

A criação de um site dedicado está prevista para ocorrer em breve. Seu conteúdo terá a missão, objetivos, equipa, programação, chamada de participação do ecomuseu, etc. Atualmente, é na página do Facebook do ecomuseu, criada em março de 2021, que se encontra a maior parte dos conteúdos relacionados com as suas atividades, convites à participação e um espaço de interação digital. A página conta com 923 likes e 987 seguidores, em janeiro de 2022. Um perfil no Instagram foi criado recentemente, mas não tem sido atualizado com frequência, tendo apenas 2 postagens e 31 seguidores, também em janeiro de 2022. O site existente pertence à Direção Regional da Cultura e seu conteúdo está desatualizado, principalmente links para documentos oficiais e cobertura da imprensa de quando o projeto foi iniciado. O objetivo com um novo site dedicado, vinculado aos perfis das redes sociais do Ecomuseu, é ampliar a divulgação de suas atividades e atingir um público mais amplo, não apenas a comunidade.

Para a comunidade, eles têm outras formas de divulgar as atividades, como afixar cartazes em cafés, restaurantes, mercearias, padarias, nas próprias instalações, etc. No entanto, muitas vezes a mensagem não chega. “A comunicação mais eficaz é o contato pessoal, aqui podemos fazer porque somos uma comunidade pequena, talvez em outros lugares isso não fosse possível”, explica Deolinda Estêvão.

5. Inovação e investigação

Para Deolinda Estêvão, o projeto ecomuseológico em si já é um fator de inovação social, uma vez que é um museu comunitário, ao serviço da comunidade local e visando o seu desenvolvimento sustentável. Além da recuperação, preservação e promoção das tradições, memória e história da comunidade, a diretora do ecomuseu considera também inovador dar passos em direção à modernidade. Com a realização de atividades e eventos no Pavilhão Cultural Multiuso, foi possível ampliar a atuação do ecomuseu. Têm vindo a organizar diferentes eventos como cinema, teatro, exposições, dança, concertos, todo o tipo de manifestações artísticas a que a população local não tinha acesso.

Para além da preocupação do ecomuseu com o património natural e imaterial do território, o Inventário Participativo do Património Cultural do Corvo e a ampliação das suas estruturas físicas permitirão também inovar na identificação e preservação do património material da comunidade. “Esse patrimônio existe e precisa ser recuperado, resgatado, documentado, divulgado”, diz Deolinda. Eles têm um acervo de objetos etnográficos que ainda não estão expostos (como um tear antigo e uma série de objetos que foram doados por membros da comunidade), mas que integrarão a Casa da Memória e a Casa dos Teares. Organizaram chamadas para doação, restauração, exposições, oficinas e conscientização sobre esse tipo de património, envolvendo a comunidade.

A digitalização também é considerada um fator de inovação. Pretendem digitalizar os seus processos, organizar digitalmente os seus arquivos e disponibilizá-los online, dando acesso a estes elementos que podem ser úteis a investigadores, que não podem ir ao Corvo de propósito, por exemplo.

A equipa do ecomuseu recebe muitos pedidos e coopera com mestrandos e doutorandos em seus trabalhos de investigação. Eles dão entrevistas e acesso à documentação de seu acervo e arquivos, por exemplo. Eles também realizam seu próprio trabalho de investigação com o apoio de especialistas de diferentes áreas, como Arqueologia e Antropologia. Eles organizaram uma Campanha do Património, focada em Arqueologia, para obter mais informações sobre as descobertas feitas no terreno. Nomeadamente para encontrar vestígios de um possível moinho que poderia ter existido na ilha, e de um poço de maré. Muitas vezes, é a equipa do ecomuseu que fornece informações a investigadores sobre vestígios que podem ser de interesse para investigação. Uma vez eles relataram que uma tempestade descobriu um poço de maré e uma equipa veio para cavar o poço. Esses são alguns exemplos, ainda existem muitos campos de interesse na área de investigação que ainda estão em aberto. Pretende-se contribuir para o estudo da história da Ilha do Corvo e da sua comunidade. Eles organizam eventos para transmitir esse conhecimento à população, apresentando os resultados das atividades de investigação do ecomuseu e seus parceiros à comunidade. 

Arquitetos e engenheiros já trabalharam no Gabinete de Apoio Técnico, elaborando gratuitamente projetos para que as pessoas possam reabilitar as suas casas degradadas. Com base nesses projetos, as pessoas podem candidatar-se a financiamentos existentes na Região Autónoma dos Açores para a reabilitação de habitação. O Gabinete de Apoio Técnico continua a prestar apoio aos membros da comunidade que pretendam solicitar apoio de recuperação das suas casas, com informação e no preenchimento da documentação e requisitos técnicos. O objetivo é promover a preservação e requalificação do patrimônio edificado, estimulando também o desenvolvimento socioeconômico da comunidade.

6. Objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)

Número de ODS que o ecomuseu está a contribuir
Pelo menos 6.
ODS principais
Nenhum específico foi definido.

Projetos/ações relacionados aos ODS

PROJETOS / AÇÕESDESCRIÇÃO CURTAODSIMPACTOS
Heritage education activitiesEducational/training activities to foster youth engagement in valuing, preserving and disseminating the heritage that surrounds them (natural, human, tangible, intangible, etc.)4, 11, 14, 15More valorization, preservation and dissemination of the community’s common heritage (natural, human, tangible, intangible, etc.)
Capacity-building on local traditions and heritageFoster the recovery of extinct traditions and the commercialization of local products/services, such as tourism, weaving and artisanal cheese8, 11, 12Foster the socio-economic development of the community
Support for the rehabilitation of degraded housesProvide technical support to community members who want to apply for funding to recover their homes8, 11Promote the preservation and requalification of the built heritage

Quando o plano de atividades foi elaborado, foram dadas diretrizes para que estas atendessem aos ODS. Portanto, as atividades do ecomuseu já tentam abranger esses objetivos. Existe um núcleo educacional voltado para os jovens (ODS 4), para que possam ter formações sobre a importância de preservar a memória, a história e o património da comunidade em seus mais diversos aspectos (humano, natural, tangível, imaterial, etc.) – ODS 11, 14, 15. O ecomuseu ainda está começando a dar esses passos. Mas, mesmo com uma equipa reduzida, eles têm esses objetivos presentes no trabalho do ecomuseu em prol do desenvolvimento sustentável da comunidade.

Em termos de tradições, pretendem também incentivar o relançamento da produção de produtos locais como eram no passado (como a lã e o queijo artesanal) – ODS 8, 11, 12. Estão a tentar fazer com que o queijo artesanal do Corvo seja certificado como um produto de origem. “Queremos que o Ecomuseu tenha um papel ativo na promoção de alguns produtos locais que possam ser comercializados para dinamizar a economia local”, explica Deolinda.

Ao fornecer apoio técnico aos membros da comunidade para a reabilitação de casas degradadas, ajudando-os com projetos e pedidos de financiamento, estão a promover a preservação e requalificação do património edificado (ODS 11), estimulando também o desenvolvimento socioeconómico da comunidade (ODS 8).

7. COVID-19

Embora durante muito tempo, devido ao seu isolamento, a Ilha do Corvo não tenha tido casos de Covid, a comunidade ainda teve de cumprir as mesmas restrições impostas na região e no país. Por algum tempo, as estruturas físicas do ecomuseu foram fechadas ao público e os técnicos trabalharam em casa. A Casa do Tempo não recebeu visitantes. As comunicações eram feitas apenas por e-mail, e eles ainda não tinham página no Facebook ou site. O plano de atividades de 2020 não foi implementado, e o orçamento alocado para essas atividades planeadas foi transferido para o ano seguinte. No entanto, não houve impacto na receita, uma vez que as atividades e visitas à Casa do Tempo são gratuitas.

Assim que foi possível uma reabertura gradual, o ecomuseu encontrou grande procura. A Ilha do Corvo teve apenas um único caso de Covid, o vírus não se espalhou, e a comunidade do Corvo foi uma das primeiras do mundo a ser totalmente vacinada, as pessoas sentiram-se seguras ali. No verão de 2020, registou-se um maior afluxo de visitantes, incluindo das outras ilhas, para visitar o Corvo e a Casa do Tempo.

Autorias

Maristela Simão, Leandro França

Coordenadores Científicos

Leandro França, Barbara Kazior, Óscar Navajas, Manuel Parodi-Álvarez, Lisa Pigozzi, Raul dal Santo, Julio Seoane, Maristela Simão