Ecomuseu Lis Aganis delle Dolomiti Friulane

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Ecomuseu Lis Aganis delle Dolomiti Friulane

Conteúdo do Estudo de Caso

1. Dados do Ecomuseu

Nome do Ecomuseu

Ecomuseu Lis Aganis delle Dolomiti Friulane

Data de Criação

Date of Creation

Localização

via Maestri del Lavoro, 1, 33085 Maniago PN

Telefone

0427 764425

1.1. Descrição do Ecomuseu

O ecomuseu Lis Aganis nasceu graças à Iniciativa Comunitária Leader + em agosto de 2004. A associação conta hoje com mais de 70 membros (Municípios, escola, espaços naturais, consórcios Pro Loco e associações culturais) e 30 Células Temáticas inseridas nos roteiros dos ecomuseus: água , pedras e artesanato. As células temáticas reúnem membros com ações semelhantes, onde podem partilhar conhecimentos e experiências, participar em laboratórios, adquirir novas competências e conhecimentos e ser protagonistas do território na salvaguarda do património comunitário local.

Os principais objetivos do ecomuseu são:

  • Património, promoção e salvaguarda da cultura;
  • Melhoria da economia local;
  • Valorização do património cultural;
  • Sustentabilidade (Agenda 21);
  • Planejamento participativo (com as Mesas de Trabalho);
  • Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais;
  • Recuperar tradições;
  • Divulgação de atividades culturais junto à comunidade;
  • Narrar as comunidades com atividades de salvaguarda também para os jovens;
  • Pesquisa e investigação que são as bases de cada projeto realizado pelo ecomuseu;
  • Melhorar a capacidade de acolher novas propostas, culturas e habitantes locais.

O ecomuseu visa salvaguardar e valorizar o património, o território e a cultura, de forma evolutiva com base nas necessidades da comunidade. A visão do ecomuseu é vincular os territórios para salvaguardar as tradições locais e envolver as pessoas na pesquisa, de acordo com seus interesses.

As principais atividades organizadas pelo ecomuseu são:

  • Laboratórios, que são atividades educativas para conhecer o patrimônio e transmiti-lo, organizados com especialistas locais para famílias e escolas;
  • Roteiros educativos para a valorização do território para escolas e outros usuários;
  • Actividades de investigação e pesquisas para recuperar a memória e as emoções do passado;
  • Produção de material educativo, de divulgação e de informativos para a promoção do ecomuseu;
  • Reuniões (conferências, workshops);
  • Exposições (também itinerantes e interativas);
  • Caminhada Patrimonial;
  • Visitas de estudo para a descoberta do ecomuseu;
  • Eventos e dias temáticos (arqueologia, mosaico, artesanato antigo, moinhos e farinhas, fornos antigos e recursos locais).

Todas as atividades são baseadas nas necessidades da comunidade, na escuta e nas propostas dos membros. Os laboratórios são propostos pelos associados e o ecomuseu os auxilia na implementação. O ecomuseu tenta evitar o voluntariado para dar valor ao trabalho de cada um, e o organizador/professor do laboratório é sempre remunerado.

1.2. Membros do Ecomuseu

Nome da pessoa no comando

Rita Bressa

Cargo
President
Contacto
rita.bressa@libero.it
Número de membros da equipa do ecomuseu

17

Qualificação/treinamento dos membros da equipe

Os principais órgãos do Ecomuseu são: a Assembleia de Membros, o Comitê Executivo (composto por sete membros, um Presidente, um Vice-Presidente e cinco Diretores), o Comitê Técnico Científico (três membros identificados entre personalidades de destaque no mundo da cultura , artes e das ciências que prestam apoio técnico na elaboração dos projectos e actividades da Associação) e o Conselho Fiscal (três membros que controlam a gestão administrativa da Associação).

O Ecomuseu conta ainda com um Coordenador, um funcionário da Secretaria, um assessor de imprensa e comunicação e especialistas ou colaboradores contratados de acordo com as necessidades de planejamento e organização.

A Lis Aganis assenta num sistema de partilha de escolhas e participação (com projetos “cluster”), aliás, todos os membros são envolvidos em diferentes momentos e fases de acordo com o seu papel:

  • Na Assembleia de Membros são aprovadas orientações políticas gerais e orçamentos;
  • O Comitê Executivo aprova projetos e compromissos de gastos;
  • O Comitê Técnico Científico define as linhas de ação e planejamento do macrossistema em acordo com o Coordenador;
  • No Grupo Focal (participação dos envolvidos no projeto) são identificadas iniciativas individuais, planejamento de rede e também definidos recursos locais que podem ser acionados;
  • A equipa de Design é composta por especialistas e docentes que desenvolvem projetos específicos, realizando ações de tutoria para algumas células “piloto”;
  • Nos Grupos de Trabalho (que inclui também não membros) são discutidas propostas, sugestões a nível prático-operacional, contribuições ao nível da atribuição de objetos, partilha de património oral, materiais documentais, etc.

A Diretoria, composta por 9 membros, exerce a função de aprovar projetos e compromissos de gastos em acordo com o Coordenador.

A equipe gestora é formada por 8 membros, com diferentes formações (professores, um ex-funcionário do banco, uma secretária escolar, um médico e um funcionário). A presidente, Rita Bressa, é autarca de Cimolais, e tem um diploma de instituto técnico.

O corpo técnico é formado por:

  • Chiara Aviani a coordenadora, formada em Ciências Ambientais.
  • Marina Ovin, a secretária, que tem um Diploma Científico.
  • Margherita Piazza, responsável pela comunicação, licenciada em Arquitectura e com formação em design gráfico.
  • Chiara Sartori, que atua na área de comunicação e gerencia laboratórios e serviços externos. É licenciada em Ciências do Turismo.

A equipe do museu é formada por:

  • Cristina de Zorzi, funcionária do museu, licenciada em História da arte e salvaguarda de bens antropológicos;
  • Marta Pascolini, colaboradora do museu, doutora em antropologia;

O pessoal temporário é composto por:

  • Laura Guaianuzzi, licenciada em catalogação de bens e história, responsável pelo centro de visitantes do Castelo de Maniago e pela pesquisa do arquivo.
  • Abu Doya, que trabalha no escritório de turismo.
  • Flavia Favetta, secretária do escritório de Travesio, que possui Diploma Científico.
  • Francesco Zanet, fotógrafo.

O Comitê Técnico Científico é formado por;

  • Giuliano Cescutti, ex-funcionário do banco e historiador local.
  • Alessandro Favelli, professor primário, responsável pelos estudos de arquivo.
  • Massimo Milanese, apaixonado pela história local.

1.3.Treinamento

De acordo com as entrevistas realizadas, destacou-se que a formação do pessoal do ecomuseu é insuficiente, pois é descontínua, e não há tempo para realizá-la. Alguns membros do ecomuseu receberam formação na área social. A equipe do ecomuseu precisa receber treinamento em comunicação, mídia social e gerenciamento de projetos, enquanto os membros do ecomuseu precisam receber treinamento em novas tecnologias. Em geral, oferece-se mais formação aos membros do que ao pessoal: de facto, ao longo dos anos, 150 operadores foram formados pelo ecomuseu, alguns dos quais ainda colaboram com ele, enquanto outros seguiram outros caminhos.

Como não há formação contínua, muitos dos formados, sem garantias financeiras para o futuro, vão embora; por outro lado, outros não querem sacrificar o fim de semana para treinar e desistem dos cursos. A solução poderia ser a criação de uma start-up com a Escola Secundária de Turismo local, de forma a criar uma sinergia de formação contínua com o ecomuseu e bolseiros.

Em geral, as necessidades de formação são “autodiagnosticadas” entre os colaboradores, enquanto os membros da comunidade preenchem anualmente um formulário com uma grelha de avaliação dos projetos realizados, na qual é possível identificar as necessidades de formação. O treinamento é ministrado gratuitamente para os integrantes com um método específico: curso ministrado em sala de aula e depois experiência em campo. Projetos e fundos regionais permitem que o ecomuseu mantenha cursos específicos.

O Museu de Arte e Cutelaria do Ferreiro estabeleceu um bom diálogo com a comunidade local, graças ao projeto “LAMEmoria” que envolve antigos artesãos. Além disso, graças a este projeto, nasceu a Associação Amigos do Museu, que envolve artesãos e entusiastas de facas/canivete, sendo possível, por meio dele, identificar as necessidades de formação da comunidade.

Outra forma de identificar as necessidades da comunidade e respondê-las são as Mesas de Trabalho (Tavoli di Lavoro): projetos transversais, divididos por temas, entre o ecomuseu e seus membros.

Alguns exemplos de formação oferecidas pelo Ecomuseu

CURSO DESCRIÇÃOPÚBLICO-ALVO
MEMBROS DO ECOMUSEU (EQUIPA TÉCNICA)COMUNIDADE LOCAL
Teares, tramas e urdiduras (em colaboração com a Associação de Artes Têxteis) - Ensino da técnica de construir ou trabalhar com um tear pequeno e simples.
- Técnica que antigamente, com grandes teares, era utilizada para criar telas, mantas, tapetes.
- Processo de descobrir como a partir de um fio você pode fazer um pequeno pedaço de tecido ou silhuetas "coloridas" das mais variadas formas.
X
Entrelaçamento
(em colaboração com a Associação de Artes Têxteis)
Compreender a arte que permitiu aos avós criar alforjes, cestos para carregar diversos materiais durante as longas noites de inverno. Histórias de como esses recipientes foram preparados, a escolha e o momento da coleta dos materiais. Compreender como paciência e habilidade foram ingredientes fundamentais para a criação de objetos funcionais, diversificados e duradouros. Divirta-se aprendendo a técnica e experimente construindo pequenos objetos com vime, papel e materiais diversos.X
Da lã ao feltro
(em colaboração com a Associação de Artes Têxteis)
Criando pequenos objetos de feltro para aprender todo o processo – da tosquia da ovelha ao fio de lã, ao tecido.X
Pedras, terraços e mosaicos
(em colaboração com a Escola Mosaica de Friuli)
Crie um esboço com diferentes materiais que lembram os desenhos típicos feitos por mestres de mosaico e trabalhadores de tijoleira.X
Você é Neandertal ou Sapiens?
(em colaboração com a Associação Cultural Pradis)
É uma oficina criativa pré-histórica. Os participantes se transformarão em artesãos pré-históricos: usando conchas marinhas, penas, terras e óxidos corantes, poderão confeccionar objetos, joias, e joias personalizadas usadas pelas comunidades paleolíticas.X
Pintura natural com frutas e flores (em colaboração com o Observatório Vivaro Magredi)Crie um elaborado em diferentes materiais de papel, madeira, tecido.X
As sementes também voam
(em colaboração com o Observatório Vivaro Magredi)
Uma série de workshops para descobrir os segredos da natureza. Estratégias, invenções e técnicas de voo usadas pelas sementes para voar longe. Dicas da natureza para construir maquetes e máquinas voadoras e inventar histórias que se entrelaçam com o vento.X
O sonho do homem: voar
(em colaboração com Balthazar Montereale Valcellina)
O que você precisa para voar? Asas, ar, força. Apenas o ar, a pressão certa, você precisa ter uma forma particular para voar no céu? Muitas perguntas para responder construindo aviões de papel a partir do confronto com as asas dos pássaros, e depois pára-quedas e mísseis descobrindo os segredos do ar, pressão, sustentação.X
A hora da libélula e como os animais vêem (em colaboração com Balthazar Montereale Valcellina e Costanza Uboni)Laboratório para entender a diferença entre o olho humano e o de alguns animais. Construir uma câmara escura portátil tornará mais fácil entender essas diferenças.X
Orientação
(em colaboração com Semiperdo Orientação Maniago)
Orienteering workshop for 9/10 year olds (fourth-fifth first cycle). It can only be activated in the areas where the specific maps have been created. 3 meetings of 2 hours each.X

Alguns exemplos de necessidades de formação identificadas

ÁREA DESCRIÇÃO MODO DE FORMAÇÃO (VIRTUAL / PRESENCIAL / WORKSHOPS / ETC.)PÚBLICO-ALVO
MEMBROS DO ECOMUSEU (EQUIPA TÉCNICA)COMUNIDADE LOCAL
ComunicaçãoAprenda a criar uma boa estratégia de comunicação para atingir um grande número de pessoas.Entrelaçamento
(em colaboração com a Associação de Artes Têxteis)
X
Marketing e Mídias SociaisAprenda a criar uma campanha de mídia social eficaz e gerencie todos os canais online de maneira eficaz.X
Gestão de ProjetosAprenda a gerenciar projetos em 360°.X

3. Financiamento e recursos

Tipo de entidade
Associação
Propriedade
Pública
Status Oficial
O Ecomuseu é reconhecido pela Lei Regional n.º 23 de 25 de setembro de 2015
Orçamento annual
606.660,09 € (Relatório financeiro de 2019)

O ecomuseu possui diferentes canais de financiamento, os principais são:

  • A fonte primária é a Lei Regional n. 23 de 25 de setembro de 2015, que reconhece os ecomuseus de Friuli Venezia Giulia e garante financiamento a todos eles anualmente;
  • Convocatória de propostas financiadas pela Região com tema de promoção turística e atividades culturais;
  • Chamada de propostas financiadas pelos Municípios; com um deles, o ecomuseu ganhou a gestão do Museu de Arte do Ferreiro e Cutelaria (onde fica a sede do ecomuseu) graças ao Art Bonus.
  • Fundações;
  • Bancos.

Por questões éticas, o ecomuseu não utiliza financiamento privado, pois os projetos realizados pelos ecomuseus são facilmente financiados com fundos públicos e pretendem dar oportunidades de financiamento a outras instituições. Os membros dos municípios do ecomuseu também depositam uma contribuição anual.

Não existem parcerias específicas para a aquisição de fundos, embora o ecomuseu participe com outros órgãos e instituições em alguns projetos de interesse comum. Um exemplo, nesse sentido, é a participação em Planos de Desenvolvimento Rural junto a alguns municípios da área: o ecomuseu realiza tarefas específicas na implementação do projeto, recebendo parte dos recursos.

As redes colaborativas são úteis para a obtenção de fundos e são solicitadas com muita frequência em convites à apresentação de propostas; o objetivo do ecomuseu é justamente atuar como um elo entre os diversos atores da área para a implementação de projetos compartilhados. Ao longo do tempo, o papel do ecomuseu adquiriu cada vez mais importância nesse sentido; por exemplo, com o projeto “o produto cultural Pittina (um nabo local)”, o ecomuseu coordenou produtores e donos de restaurantes locais em uma série de eventos para a promoção desse produto local, conseguindo valorizá-lo. Os atores locais reconhecem cada vez mais o papel desempenhado pelo ecomuseu.

O ecomuseu também tem parcerias de financiamento com várias instituições. Em primeiro lugar, há parcerias com as universidades de Trieste (Departamento de Antropologia), de Pádua e de Ferrara (Departamento de Pré-história); além disso, o ecomuseu colabora com outras entidades e clubes, bem como entidades externas (por exemplo, a Fundação Pittini). As colaborações começam a partir do ecomuseu, e ele também é contratado para formar parcerias.

4. Participação social e comunitária

Os objetivos do ecomuseu são a valorização cultural, a sustentabilidade (Agenda 21, em andamento, estabelecendo raízes firmes para mudar o horizonte), o planejamento participativo (com as Mesas de Trabalho), a melhoria da qualidade de vida no meio rural. O ecomuseu tem a capacidade de acolher novas propostas, culturas e habitantes.

As atividades subjacentes a todos os projetos são: pesquisa e documentação, reuniões (conferências, oficinas) e exposições (incluindo itinerantes na área), passeios pelo patrimônio, oficinas. Estes últimos partem das necessidades da comunidade local, com o objetivo de criar ações educativas para conhecer o patrimônio – material e imaterial – e transmiti-lo. As propostas dos membros são sempre bem recebidas; de fato, o ecomuseu ajuda a criar oficinas que são oferecidas à comunidade local.

Quanto ao aspecto financeiro, o ecomuseu quer se libertar do voluntariado para reconhecer o valor do trabalho das pessoas; o proponente do laboratório paga uma taxa, que é dividida entre o ecomuseu e a gestão das atividades (por exemplo, o parceiro do ecomuseu). Caso o organizador não queira a indenização, o dinheiro é colocado em um “cofrinho” que pode ser usado pelo associado a qualquer momento em caso de necessidade. Este tipo de financiamento tem ajudado a desenvolver o capital humano e cultural, fortalecendo o sentido de identidade graças à narrativa em primeira pessoa da comunidade local.

No que diz respeito à gestão das atividades, o ecomuseu envolve todos os membros nas decisões, partilhando projetos, tendo contactos com uma função específica de coordenação. De facto, a comunidade local é parte integrante da gestão do ecomuseu, de forma a garantir a representatividade de todo o território.

4.1. População Local

Número de habitantes do território/localidade onde o ecomuseu está localizado
70.250

Formas de participação

O ecomuseu tem uma relação estreita com os membros da comunidade. O primeiro exemplo de colaboração são as Mesas de Trabalho, por meio das quais os membros do ecomuseu propõem projetos, a serem realizados em conjunto com o ecomuseu. O modelo de envolvimento do ecomuseu é dividido em várias fases. Num primeiro momento, foram identificadas as vertentes temáticas ligadas ao território (água-elementos naturais, como a chuva; artesanato-artes antigo, ligado às tradições; pedra-material de casas antigas). Posteriormente, cada integrante identifica qual tema se adequa melhor de acordo com suas ações. O ecomuseu construiu então reuniões-propostas, denominadas Mesas de Trabalho, nas quais são coletadas boas práticas e implementados projetos transversais entre os membros. Esse mecanismo potencializa o intercâmbio entre o ecomuseu e a população local, que participa ativamente da proposta e planejamento das atividades.

Um exemplo de envolvimento da comunidade local é o projeto PassiParole (Passos e Palavras), que partiu da necessidade de conhecer o território, e foi seguido pelo estabelecimento de uma Mesa de Trabalho sobre a paisagem. Em seguida, iniciou-se a exploração do território com os parceiros, com o objetivo de construir mapas e identificar os lugares que as pessoas queriam promover, bem como selecionar os especialistas para orientar esses roteiros patrimoniais. O objetivo deste projeto é tornar a comunidade local protagonista, e tem havido uma boa participação (mesmo online em tempos de pandemia). O ecomuseu deu inicialmente as diretrizes para a construção dos passeios, que hoje são autogeridos pela comunidade local. Outros projetos realizados pelo ecomuseu são:

  • Il filò delle Agane, um projeto de valorização das tradições orais da língua friulana, através de histórias locais, narradas pela comunidade local (também disponível online). O projeto está vinculado ao Museu das Dolomitas, que visa contar a história do território das Dolomitas em todas as suas facetas e de forma inovadora.
  • Didática. As propostas didáticas serpenteiam por caminhos e roteiros culturais que falam de ambientes, natureza, geologia, arquitetura espontânea, produtos típicos e locais. As propostas apresentadas são: percursos pedestres lentos, visitas a exposições ou coleções, excursões à descoberta da paisagem e oficinas de modos de fazer, onde é possível experimentar técnicas e saberes antigos, captar a essência do território e criar objetos. O ecomuseu colabora ativamente com a escola primária Vivaro, onde é oferecido o ensino localizado (didattica situata). Este projeto educativo consiste em envolver os educandos em experiências ativas no território, para melhor compreender os sujeitos docentes e fortalecer seu sentimento de pertencimento nas comunidades. Esta formação permite que as crianças sejam autónomas e melhorem as suas capacidades de resolução de problemas.
  • PASSIparole, é um projeto que nasce no âmbito da Mesa de Trabalho sobre Mapas de Paisagem e Comunidade, destinado a descobrir aldeias, percursos ao ar livre, pequenas coleções e anedotas curiosas, acompanhados por pessoas da Comunidade. O objetivo do PASSIparole é alcançar as várias etapas com uma caminhada “lenta”, e estimular o diálogo entre os participantes.
  • Botões poéticos – Prémio literário, ligado à história do território através da poesia (também visual ou musical) e dedicado aos alunos.
  • Nature & Color, vinculado à Mesa de Trabalho “natureza e cor: ervas, plantas e alimentos do passado”, repleta de iniciativas que tratam do vasto mundo das ervas, das comestíveis às utilizadas para corantes naturais, também incluindo culturas locais e o seu processamento.

Cada projeto é implementado com uma estratégia diferente. Por meio de uma divisão definida entre as questões relacionadas ao território (água, pedras, artesanato), o ecomuseu formou as Células, que reúnem os membros que possuem objetivos e atividades específicas. Outro mecanismo de participação entre o ecomuseu e seus membros são as Mesas de Trabalho, também divididas por tema, que reúnem membros com endereços, objetivos e ações semelhantes.

4.2. Meio social

Formas de participação

O ecomuseu não organiza passeios específicos para visitantes externos, mas eles sempre podem participar das atividades oferecidas à comunidade local, como roteiros patrimoniais ou laboratórios.

O território do ecomuseu é caracterizado pelo fenômeno do turismo de retorno (especialmente de britânicos e americanos), durante o verão. Os visitantes vêm conhecer lugares específicos (por exemplo, as Grutas do Pradis, onde há jovens formados pelo ecomuseu para atuarem como guias). O ecomuseu também colabora com algumas agências de viagens, principalmente austríacas, para a recepção de grupos.

Em relação ao monitoramento das atividades, o COVID-19 tem favorecido o rastreamento e a contagem dos participantes, mesmo que nem sempre os dados sejam coletados. Os usuários das diversas atividades mudam de acordo com a tipologia dos temas propostos; em geral, a faixa etária mais difícil de envolver é a de 14 a 30 anos.

4.3. Análise do Website

Tipo de intervenção possibilitada pelo website

Apenas informação Espaço para sugerir ações Elogios ou críticas Compra de bilhetes
X
É possível fazer avaliações pelo Google ou pelas redes sociais oficiais do ecomuseu.
É possível fazer pré-inscrições para eventos e atividades.

Tipos de sugestões disponíveis

Propor objetivos do museu Sobre questões de financiamento Sobre o planeamento do ecomuseu Sobre acessibilidade
O site é bem dividido por tópicos, e as informações são fáceis de serem encontradas pelo usuário.
É possível encontrar o balanço financeiro anual do ecomuseu.
Informações sobre o planejamento do ecomuseu estão disponíveis no site.
O site tem boa acessibilidade e é amigável.

Qualidade do feedback

Mensagem de recebimento é enviada A proposta é discutida no nível de gestão do ecomuseu Resultados da discussão são enviados
Sim
Os resultados são compartilhados entre o ecomuseu e seus membros.

O ecomuseu tem duas pessoas dedicadas ao escritório de comunicação. O plano editorial com o qual o ecomuseu comunica suas atividades consiste tanto na comunicação por meio do site e das redes sociais, quanto por meio de mensagens diretas com os usuários (via Whatsapp e newsletter).

A newsletter do ecomuseum tem 3.000 usuários e é aberta por 80% dos assinantes; os conteúdos do mesmo são a promoção e a marcação das atividades em curso. Os contatos telefônicos são 8000 e são gerenciados via Whatsapp, ideia nascida durante a Pandemia.

Os principais canais sociais utilizados pelo ecomuseu são o Facebook e o Youtube. O Facebook é usado para promover eventos e iniciativas do ecomuseu e seus membros. Durante o lockdown, foram criadas colunas para manter viva a página do Facebook, tendo como tema principal: narrar as Células do ecomuseu, a promoção de passeios virtuais e outros tutoriais. Além disso, durante a Pandemia, foram criadas atividades virtuais inovadoras, que ainda hoje são acompanhadas (por exemplo, tutoriais tecnológicos) para envolver as diversas faixas etárias da comunidade local (desde idosos a crianças).

O canal do Youtube foi o mais seguido pelas crianças durante o lockdown. A faixa etária mais difícil de envolver é a de 20 a 30 anos.

Em geral, a audiência online aumentou durante o lockdown; a participação do usuário é essencial para o trabalho em rede, e o ecomuseu visa envolver a população local. O site do ecomuseu é bem construído e claramente acessível pelos usuários. Há uma divisão clara de tópicos e temas, tornando a navegação simples e a busca de informações rápida para o usuário. A barra superior funciona como um filtro para conhecer e aprofundar:

  • Informações gerais sobre o ecomuseu;
  • A geografia e o território do ecomuseu (os Vales);
  • Os temas abordados pelas Células do ecomuseu (água, artesanato, pedras);
  • Os itinerários do ecomuseu através de mapas interativos;
  • Os principais projetos do ecomuseu;
  • As publicações e a mediateca do ecomuseu (com acesso gratuito);
  • Eventos organizados pelo ecomuseu.

5. Inovação e investigação

No que diz respeito ao papel da pesquisa, o ecomuseu tem uma forte ligação com a Universidade de Trieste, graças também à colaboração de um professor com o próprio ecomuseu. O ecomuseu é um lugar de pesquisa, observação e é um espaço fluido onde o tema da inovação é realmente praticado. Um fator que prejudica isso é a localização do ecomuseu, longe das universidades e com difícil acesso aos estudantes. Um elemento a ser implementado são os estágios universitários e a formação com escolas de especialização, para fortalecer o diálogo entre o mundo acadêmico e o ecomuseu.

O patrimônio do ecomuseu é visto como um processo, e é analisado com as ferramentas da antropologia, etnografia e processos participativos. Para a narração do patrimônio, há inicialmente uma importante análise teórica e bibliográfica, e depois há a escolha das ferramentas narrativas. Por exemplo, o Museu das Artes da Forja e da Cutelaria foi concebido de forma participativa. A princípio, o mapeamento participativo das atividades relacionadas ao local de trabalho começou com a ajuda de ex-cuteleiros; posteriormente, para a organização da exposição, foram organizadas várias Mesas de Trabalho com a comunidade local. Além das Mesas de Trabalho, que envolviam diretamente a população, foram de fato utilizadas práticas de museologia, criando uma exposição que pode ser utilizada sem um percurso que evoque o processo de continuidade da memória, contrariando a narrativa didática.

Graças às exposições, o ecomuseu fortaleceu o seu papel central, buscando também devolver a inovação à população, por meio da interatividade. O ecomuseu foi analisado por vários alunos nos seus trabalhos de Licenciatura e Doutoramento, e uma aluna de doutoramento colaborou ativamente na implementação do Museu de Artes da Forja e da Cutelaria.

Os projetos de pesquisa sobre o ecomuseu abordam temas diversos: pré-história, arqueologia e catalogação. Além disso, com a Fundação Pittini existe o projeto “terras altas”. Outro projeto é o Restarting Call, com temática paisagística, que inclui a pesquisa em mapas antigos até os nossos dias, e o estudo da construção de roteiros e pesquisas. O projeto inclui o estudo do GPS, além da capacitação para os alunos. Quanto ao mundo acadêmico e à população, outro exemplo é o projeto Mele Antiche, que envolve a comunidade e a Universidade de Pádua. Além disso, há projetos com universidades para a construção de mapas, e há a possibilidade de estudantes universitários fazerem estágios no ecomuseu. As publicações científicas raramente são feitas, embora alguns membros do ecomuseu às vezes publiquem artigos.

O ecomuseu também é inovador no uso do site e das redes sociais, onde há muita informação interativa, como mapas e tutoriais em vídeo. Além disso, o ecomuseu conta com cinco séries editoriais, divididas por tema, e está planejando uma sexta série dedicada aos quadrinhos.

O Ecomuseu Lis Aganis envolveu seus membros em um projeto para o qual está colaborando ativamente, chamado Museu das Dolomitas. Este projeto, agora em sua segunda edição, visa contar a história do território Dolomita em todas as suas facetas. Um dos temas, muito interessante e envolvente, chama-se #VocidellaMontagna (Vozes da montanha). O convite do Museu das Dolomitas é para ouvir, gravar e compartilhar os muitos sons que compõem a experiência dos habitantes das Dolomitas. O projeto Museu das Dolomitas possui um site interativo, onde o usuário é convidado a participar, e com diversos roteiros online (com ferramentas de áudio e QR Code).

6. Objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)

Número de ODS que o ecomuseu está a contribuir
14
ODS principais
Comunidades sustentáveis, saúde e bem-estar.

Projetos/ações relacionados aos ODS

PROJETOS / AÇÕESDESCRIÇÃO CURTAODSIMPACTOS
Projeto PASSIparoleÉ um projeto que nasce no âmbito da Mesa de Trabalho de Mapas Paisagísticos e Comunitários, destinado a descobrir a área acompanhado pelas pessoas da Comunidade. O objetivo do PASSIparole é chegar às várias etapas com uma caminhada “lenta”, admirando a paisagem e incentivando o diálogo entre os participantes. Além de operadores de ecomuseus, guardiões de museus e moradores locais, os visitantes também são recebidos por músicos, poetas e atores. Tudo geralmente termina com uma degustação de produtos locais. Tudo é documentado com fotos ou vídeos para divulgar o patrimônio do território nas redes sociais.3Bem-estar das pessoas.
Projetos com escolasO ecomuseu realiza diferentes projetos educacionais em colaboração com as escolas.4Treinamento ativo das crianças.
Projetos de conscientização sobre a violência contra a mulherEncontros e animação5Conscientização sobre a violência contra a mulher.
Projeto: Água com ArpaUm projeto desenvolvido com a Arpa, a sociedade que gerencial a “água”.6Conscientização sobre o uso da água.
Workshops com a escola BalthazarDiferentes projetos organizados em colaboração com uma escola local.7Treinamento ativo dos estudantes.
Salvaguarda do Slow FoodRaízes La Pittina root, promoção de almôndegas locais.8Salvaguarda dos produtos e tradições da culinária local.
Atividades com a Salamandre SRLSalamandre é uma sociedade que colabora ativamente com o ecomuseu.9Criação de ofertas de trabalho.
Colaboração com produtores locaisColaboração com produtores locais para compra de serviços e produtos locais.12Promover a identidade e os produtos locais. Aumentar a economia local.
Promoção da mobilidade sustentável no ecomuseuRedução do consumo no escritório, Compra de carros a diesel, Incentivo à caminhada13Aumentar a conscientização sobre a mobilidade sustentável.
Colaboração com Legambiente para o projeto PassiParole e MagrediItinerários temáticos para a descoberta do território.15Descoberta do território e promoção da identidade local. Capacitação ativa para estudantes.
Outras mobilizações, Reuniões sobre a ConstituiçãoSeminários com diversos temas16Nova conscientização sobre diferentes tópicos
Colaboração com a Università di Udine e o Parque DolomitiColaboração com o Parque Dolomiti e universidadesColaboração com diferentes instituições para atingir metas.
Projeto MagrediO projeto Magredi é um projeto de valorização territorial realizado com muitos atores locais17Proteção do ambiente local

O objetivo estratégico do ecomuseu é tornar as comunidades locais protagonistas na dinâmica do desenvolvimento local e sustentável. Todas as ações realizadas pelo ecomuseu são construídas para potencializar o sentimento de pertencimento da comunidade e dar-lhe ferramentas para serem autônomas na promoção do território. Os ODS também estão presentes em atividades educativas e exposições, e os ODS preferidos para o ecomuseu são comunidades sustentáveis, saúde e bem-estar.

Um exemplo para entender a sustentabilidade holística da ação da Lis Aganis é o projeto Magredi. O Magredi é uma área da planície ocidental do Friuli, localizada no ponto do planalto onde as águas dos córregos Cellina e Meduna desaguam no aquífero. Neste local, existem grandes variedades de flora e fauna. O ecomuseu, em colaboração com a escola primária Vivaro, organiza a exploração in situ com crianças e adultos para aumentar seu senso de pertencimento e identidade. Em seguida, os professores, através da didattica situata (formação localizada) podem explicar diferentes assuntos relacionados com o Magredi nas escolas (ciências, geografia, história). Desta forma, as pessoas descobrem o seu território e aprendem a cuidar e salvaguardar, mas também a usufruir de forma sustentável.

7. COVID-19

Em geral, o principal dano causado pela pandemia no ecomuseu foi duplo: primeiro, externo às atividades econômicas, depois interno, com o fechamento de associações e o consequente prejuízo ao capital humano.

Alguns aspectos positivos relacionados à pandemia foram:

  • A concepção de novos mecanismos de design;
  • Aumento da colaboração entre associações;
  • O impulso para o uso de novas tecnologias, como reuniões online.
  • Acompanhamento das atividades;
  • A coordenação e uso de uma linguagem comum, que melhorou a comunicação,
  • A implementação do site.

A pandemia afetou também os diversos setores de atividade do ecomuseu de diferentes formas.

Quanto às atividades do ecomuseu relacionadas ao site principal, sediado pelo Museu de Artes da Forja e da Cutelaria, a Pandemia foi devastadora. Em particular, devido à emergência sanitária, foi adiada a inauguração da exposição no Museu de Artes da Forja e da Cutelaria; a inovação não poderia compensar com atividades online para visitas ao museu. Os efeitos negativos da pandemia foram a contínua incerteza sobre o que fazer, o desespero, com a morte de muitos artesãos locais, guardiões da memória e a falta de orientações claras. No entanto, a situação permitiu adaptar a exposição de acordo com as necessidades de utilização; de facto, o museu foi concebido como um espaço que pode ser utilizado de forma fluida, com grandes espaços e diferentes saídas/entradas. Durante o lockdown, a equipe conseguiu trabalhar dando apoio moral a si mesma.

A Pandemia também tem favorecido mecanismos empáticos, de facto, tem dado valor aos pequenos grupos, ao diálogo para se aproximar das pessoas. A emergência foi um período de observação e reflexão: no início de 2020, houve um silêncio criativo que se transformou em um silêncio produtivo para repensar a organização e a identidade do museu.

O ecomuseu continuou a se comunicar online durante o lockdown. O canal do Facebook compartilhou colunas temáticas para manter a página viva, por exemplo, por meio do “audiolivro de contos de fadas narrados”. Prosseguiu também a narração relativa às células do ecomuseu, para as quais também foram organizados alguns passeios virtuais. As iniciativas dos vários membros do ecomuseu continuaram a ser partilhadas no Facebook. Os principais impactos da Covid no setor de comunicação foram a diminuição da carga de atividades (graças aos encontros na plataforma Zoom), a criação de atividades alternativas e inovadoras (como os tutoriais tecnológicos oferecidos aos membros), que ainda são seguidos hoje. A população local, dividida por faixa etária com base nos temas propostos, também foi envolvida em atividades online por meio do canal do Youtube. As crianças utilizaram o canal do Youtube para acompanhar as colunas de contos de fadas, e oficinas “como funciona”; adultos (acima de 50 anos) frequentaram o Archeotour (tour temático arqueológico) e cursos de desenho; os idosos assistiram a algumas conferências online, como o curso de ervas (atividade que continua), em colaboração com o Instituto de Spilimbergo.

A Pandemia teve muitas consequências negativas nas escolas: primeiro, não houve continuidade nas manifestações, que servem para mostrar as atividades organizadas às crianças, visitantes e moradores locais, e causou um desmoronamento da rede relacional. De facto, a participação nestas atividades foi também uma troca entre famílias e proteção civil. Em segundo lugar, as crianças não conseguiram realizar os experimentos e os caminhos, base do ensino localizado; as atividades para crianças eram limitadas para evitar a troca de objetos entre as crianças e foram, portanto, também prejudicadas.

Autorias

Lisa Pigozzi, Nunzia Borrelli, Raul dal Santo, Silvia Dossena, Lucia Vignati

Coordenadores Científicos

Leandro França, Barbara Kazior, Óscar Navajas, Manuel Parodi-Álvarez, Lisa Pigozzi, Raul dal Santo, Julio Seoane, Maristela Simão